Movimentos sociais marcaram a década de 80,
mesmo oprimido por uma ditadura que torturava e matava, o povo foi às ruas
exigindo eleições diretas, pedindo a reforma agrária, garantias trabalhistas, e
conquistaram grande marcos na história do País.
Seja na musica ou nas greves e passeatas as pessoas mostravam o que
queriam, naquela época eles tinham a esperança de que o que estavam fazendo
naquele momento seria para o bem das futuras gerações.
O que se pode ver,
é que hoje em dia uma das lutas mais importante dos jovens é saber qual roupa
irá usar na escola no dia seguinte, as pessoas estão cada vez mais alienadas e
egoístas, a futilidade é motivo de adoração.
A música que nos
anos de ditadura foi tão marcante para muitos, hoje já não marca tanto, a menos
que tchu tcha subliminarmente esteja fazendo protestos contra a atual situação
política do país. Um país que cantava que
“é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanha”, hoje canta “Ai se eu te pego”. É notável que hoje
em dia para uma música cair nas graças do publico e ser um sucesso não precisa
de mais do que duas palavras, basta ter um ritmozinho e um pouco, às vezes até
demais, de sexismo e logo terá milhões de seguidores.
E
os movimentos sociais que tomavam as ruas dos anos 80 hoje são feitos pelo
twitter, alguns creem que seus tweets salvaram o mundo.
E a mídia também
entra nessa alienação toda. Pois não seria ela ajudante na difusão de toda a
futilidade que estamos cultivando? Os jornais dão poucos minutos para
reportagens sobre as greves que tomam conta do país, e um bloco inteiro
dedicado a certos jogadores de futebol. Há quem dizem que as pessoas não querem ver a
“verdade” na TV e sim o que elas gostariam que fosse verdade.
Assim ficam apenas
as perguntas. Será que todos aqueles que
participaram dos movimentos sociais em busca de melhores condições, liberdade
de impressa dentre tantas outras reivindicações queriam que o futuro melhor que
eles tanto sonhavam, é esse onde as pessoas preferem viver de ilusões a ver a
verdade nua e crua, achando que o que está acontecendo fora da sua zona de
conforto nada tem haver com elas? Será
que toda a luta e sofrimento do passado serviram apenas para na atualidade as
pessoas poderem fazer um “Tchê Tchê Rere” mais “tranquilos”? O jeito é esperar para ver até onde tudo isso
irá chegar.